quinta-feira, 14 de abril de 2011

Christian Louboutin processa a grife brasileira

Depois de abrir processo contra a Yves Saint Laurent, Christian Louboutin mirou para o Brasil. Desta vez, seu alvo foi a grife Carmen Steffens, e o pivô da discórdia foi mais uma vez o fatídico solado vermelho da marca francesa. O Virgula Lifestyle conversou com o diretor internacional da empresa brasileira, Gabriel Spaniol, para esclarecer a situação.
O processo está correndo em Paris e diz respeito a dois modelos de sapato com solado vermelho da coleção, produtos que nem são objeto da campanha publicitária da Carmen Steffens na França. O solado tem a mesma tonalidade do logo da marca, mas a fôrma é completamente diferente da de um calçado Louboutin. “Na realidade, segundo as leis francesas, nenhuma marca tem o direito de reservar uma cor. Nosso logo é vermelho e utilizamos materiais coloridos em nossos solados há muitos anos, mesmo antes do Louboutin”, disse Spaniol.
O diretor está bem confiante em relação às provas e alega que possuem total apoio da embaixada brasileira. Segundo ele, Christian Louboutin tem uma patente americana de 2008, enquanto a Carmen Steffens possui catálogos de 1996 com solados coloridos, sendo alguns vermelhos.
“Não entendemos até agora por que Louboutin está tão preocupado. Pode ser porque estamos colocando os preços para baixo aqui na França, principalmente em Saint Germain (região de lojas de luxo em Paris), onde nossa boutique está a apenas alguns passos de distância da principal loja de Louboutin, que já foi visto em frente à nossa loja algumas vezes. Os grandes grupos na França atacam marcas que têm condições de competir neste mercado”, conta Spaniol.
Ele aponta que a Footwear News, maior publicação de calçados do mundo, deu um parecer muito favorável à Carmen Steffens. Além disso, a má fama de Christian Louboutin no segmento de moda, especialmente por sua suposta arrogância, jogado a favor da marca brasileira no processo.
Ao que tudo indica, a Carmen Steffens tem grandes chances de vencer a briga, mas caso isso não aconteça, terão que pagar uma multa referente ao volume de pares com solado vermelho vendidos na França. “O rei francês Louis 14 já utilizava solas vermelhas em seus calçados, portanto uma empresa ou marca querer ter o direito exclusivo a uma cor é como se a Ferrari proibisse todos os carros de serem vermelhos. As cores não pertencem a ninguém”, alega o diretor da marca brasileira.
A assessoria da grife Christian Louboutin foi procurada pelo Virgula Lifestyle, mas não quis comentar o assunto.



ENTENDA A LEI DE PROPRIEDADE INTELECTUAL
O advogado Márcio Costa, ex-secretário executivo do Conselho Nacional de Combate à Pirataria do Ministério da Justiça, explica que as leis de Propriedade Intelectual visam a segurança jurídica sobre o conceito de propriedade, punindo aqueles que se apropriam de uma criação alheia, sem o consentimento de seu titular/proprietário.
Para requerer seus direitos, no que se refere à Propriedade Industrial (marcas, patentes, desenhos industriais etc.) deve ser feito um registro junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Na moda, como existe o conceito de "inspiração", as coisas acabam se confundindo, e é aí que nasce a briga entre grifes.
“É necessário separar o que é 'coincidência' de uma determinada criação do que é aproveitamento parasitário de uma criação alheia (também vulgarmente chamado de pirataria). Aquele que primeiro levar a registro uma marca, ou uma criação industrial, terá prioridade sobre os demais, e será protegido por lei. Para determinar se houve a chamada 'inspiração', o Poder Judiciário tende a adotar o seguinte entendimento: se há nos objetos/marcas confrontados(as) mais elementos de identificação do que de diferenciação, trata-se de uma cópia. Do contrário, não é reconhecida a cópia”, explica Costa.
No caso Louboutin x Carmen Steffens, o advogado acredita que se a marca brasileira não conseguir provar que utilizou o solado vermelho ante da francesa, há sim uma prática de concorrência desleal, pois a Carmen Steffens estaria se aproveitando de um conceito fidelizado por Louboutin (o solado vermelho), que conferiu um diferencial aos seus sapatos.
Costa afirma que não se conseguiria “patentear” sapatos isoladamente, ou sapatos vermelhos isoladamente, mas o ar diferenciado dado às criações dos calçados Louboutin (solado vermelho), este sim é passível de proteção. “Aqueles que fabricam calçados com o solado vermelho certamente querem passar aos consumidores uma espécie de ligação com o criador original, o que não existe. É o que chamamos comprar gato por lebre”, avalia.

sábado, 2 de abril de 2011

Valisere x Lojas Leader





 Já de olho no aumento das vendas durante o Dia das Mães, a Leader está com mais de 100 vagas temporárias em aberto nos cargos de promotor de cartão, operador de caixa e auxiliar de estoque. Para entrar nessa, candidatos ao setor de estoque têm como exigência apenas o ensino fundamental completo. Já para as funções de promotor de cartão e operador de caixa, é preciso ter ensino médio. Candidatos.     Juliana Paes estrela comercial de Dia das Mães  Três meses após dar à luz, Juliana Paes estrela comercial de Dia das Mães. O filme publicitário foi dirigido pelo ator Marcio Garcia e faz parte da campanha da linha de roupas que leva o nome da atriz, “Vida by Juliana Paes”, da Leader Magazine. Depois de fazer uma campanha para uma marca de relógios, Juliana voltou novamente ao batente acompanhada do pequeno herdeiro Pedro, que ficou no camarim enquanto a mamãe trabalhava.   Making Of - Dia Das Mães ( Vida Juliana Paes - Leader )

quarta-feira, 2 de março de 2011

Plágio, Coincidência ou Referência

Um assunto polêmico que é alvo de discussão e ainda tem muito pano para as mangas.

Talvez o maior fantasma de um publicitário seja ver uma criação sua reproduzida por outra agência ou então ser vítima porque não de um insight, como por exemplo, criar algo que já foi feito antes mesmo sem saber.

Sempre existirão pessoas que conseguirão ter uma mesma percepção, um mesmo feeling sobre um mesmo tema.

Há também o plágio descarado, mas como saber quando houve cópia de idéia ou não passa de mera coincidência?

Estaria a publicidade em apuros com o advento de redes de colaboração social, como blogs? Estaria a publicidade sofrendo, de fato, uma crise criativa?

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Logo das Olimpiadas 2016




Mal foi lançado o logotipo das Olimpíadas de 2016 e já está envolvido em uma polêmica… Felizmente não é pelo mau gosto, como ocorreu com o logotipo da Copa de 2014 (argh!). Desta vez o debate é se houve ou não plágio da marca da Telluride Foundation (de novo eles!!!). Pra quem não lembra, a marca do Carnaval de Salvador de 2004 já foi um plágio descarado desse mesmo logotipo (vejam as imagens).
Mas nesse post quero tratar do tema sobre outro foco, menos “passional” e “artístico” e mais prático, usando os critérios que o INPI usaria para analisar uma marca.
Em primeiro lugar tem que haver uma limitação quanto à atividade, ou seja, se o produto ou serviço distinto pelas marcas é igual, similar, pode causar confusão ou associação. Esse é o primeiro critério que o INPI usa para dizer se uma marca colide ou não com outra.
No caso das Olimpíadas x Telluride Foundation em parte há colidência nas atividades (eventos culturais e desportivos estão na mesma classe), mas é só parcial. Porém, considerando a atividade ESPECÍFICA de cada um, não acho possível alguém ir para as montanhas do Colorado imaginando que está vindo para as Olimpíadas no Rio de Janeiro e vice-versa. Também não imagino que os doadores da Telluride Foundation confundam-se e façam doações para o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) ou venham “por engano” para o Brasil. Então essa possibilidade é INEXISTENTE.